Crise Interna no MDM
Na cidade da Beira, província de Sofala, membros fundadores do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) estão em desacordo com o presidente do partido, Lutero Simango. Eles o acusam de liderar o partido de forma autocrática e de comprometer a independência política do MDM ao fazer acordos com a FRELIMO, partido no poder.
Acusações Contra Lutero Simango
Entre as alegações feitas pelos dissidentes estão:
- Gestão centralizada: Decisões tomadas sem consulta aos órgãos sociais do partido.
- Nepotismo: Favorecimento de aliados próximos.
- Violação dos estatutos: Falta de reuniões obrigatórias, que deveriam ocorrer pelo menos duas vezes ao ano.
Elias Impuiri, ex-deputado do partido, criticou duramente Lutero Simango, alegando que ele conduz as atividades partidárias como se o MDM fosse um patrimônio pessoal. Segundo ele, encontros com a Presidência da República têm sido realizados sem o consentimento da comissão política, gerando desconfianças sobre possíveis negociações.
Impuiri questionou o aumento do número de assentos do MDM na Assembleia da República, de quatro para oito, após a proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional. Ele sugeriu que pode ter havido alguma troca de favores.
Impacto na Saúde do Partido
A liderança de Simango tem gerado deserções dentro do MDM. Muitos membros da direção abandonaram suas funções e se filiaram a outras formações políticas. Os dissidentes alertam que o partido está perdendo sua identidade como alternativa política à FRELIMO.
Segundo Elias Impuiri:
“Fundamos o partido para ser uma alternativa à governação da FRELIMO, não para servir como um departamento do partido no poder.”
Dissidentes Exigem Reunião do Conselho Nacional
Os membros dissidentes estão exigindo a realização de um Conselho Nacional para discutir o futuro do MDM. Caso a demanda não seja atendida, eles prometem usar todos os mecanismos legais para destituir Lutero Simango e restaurar a imagem do partido.
Reações do Porta-Voz do MDM
Ismael Nhacucué, porta-voz do partido, minimizou a gravidade da crise e garantiu que os membros têm liberdade para manifestar suas preocupações. Ele sugeriu que os problemas podem ter origem em falhas de comunicação e informou que Lutero Simango se pronunciará em breve.
Nhacucué declarou:
“Cada membro do MDM é soberano para expressar os seus sentimentos e fazer críticas construtivas.”
Possíveis Consequências
Caso a crise interna persista, o MDM corre o risco de perder sua relevância política. A pressão por mudanças na liderança e a crescente insatisfação entre os membros podem levar o partido a um enfraquecimento significativo no cenário político moçambicano.
Fonte: A voz da America